sábado, 2 de julho de 2011

Invente-se

Hoje vi Meia noite em Paris, do Woody Allen. Filme muito bom, não explica o que não tem que ser explicado e vai logo ao que interessa na história. Tudo muito bem contado, como sempre acontece nos filmes dele. O filme é sobre a nostalgia e a sensação de que as épocas passadas são sempre melhores do que o presente e a forma que esse tema se apresenta é bem interessante: o que aconteceria se você pudesse voltar no passado, à época e lugar que você acha mais interessante que já existiu?

Sobre um tema parecido com esse, Contardo Calligaris escreveu, em sua coluna na Folha de São Paulo, sobre como podemos inventar nossa própria história. Nossa vida é, então, tão interessante quanto a capacidade que temos de contá-la dessa forma. Ou seja, inventamos personagens de nós mesmos nas nossas lembranças, ao contar nossa vida. Por isso pensamos, às vezes, como éramos tão felizes na infância ou na adolescência mas, na época, não nos víamos tão felizes assim.

Estamos todos condenados a viver o presente. Não é possível viver o passado e, mesmo se fosse, seria o mesmo que viver o presente: só seria mais interessante se soubéssemos contar nossas histórias de forma mais interessante. Já que estamos condenados ao presente, inventemos um bom personagem para nós.

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